Projeto Jaguatirica – Biologo: MsC. Henrique Villas Boas Concone – Mestrado da UFMS

O Projeto Jaguatirica foi realizado entre agosto de 2002 e julho de 2003 e teve como objetivo principal descrever aspectos da ecologia da jaguatirica (Leopardus pardalis) na sub-região do Pantanal de Miranda, Mato Grosso do Sul, em uma área de intensa atividade humana, onde a espécie ainda é aparentemente comum. Para isso, os objetivos secundários foram descrever a dieta das jaguatiricas que ocorrem na área da Fazenda San Francisco e obter informações sobre como elas utilizam essa área.
Este foi um projeto do biólogo Henrique Villas Bôas Concone para conclusão de Mestrado em Ecologia e Conservação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
O estudo da dieta das jaguatiricas foi realizado através da análise de fezes, de restos de presas encontradas e por observações de predação em campo.
As amostras de fezes foram coletadas ao longo de estradas e trilhas visitadas rotineiramente no período de agosto de 2002 a julho de 2003. Para se definir os hábitats nos quais as jaguatiricas ocorrem na área de estudo e, principalmente, se elas usam o ambiente mais antropizado da lavoura, todos os avistamentos, fezes e rastros de jaguatiricas encontrados tiveram a data, a hora e o local registrados.
As localizações geográficas foram obtidas com o uso de uma unidade de GPS e plotadas sobre um mapa da área de estudo.
Os resultados deste projeto foram os primeiros obtidos em uma área muito antropizada do Pantanal, e revelaram um consumo mais alto de pequenos roedores do que em outras áreas onde a espécie foi estudada. Esta dieta pode indicar o nível de perturbação humana da área, pois animais oportunistas como algumas espécies de pequenos roedores foram muito consumidos.
A espécie utilizou-se da área de lavoura tanto para alimentação quanto para abrigo, usando neste caso, benfeitorias como casas de máquina ou tubulações de irrigação. A utilização de um ambiente bem antropizado por uma espécie reconhecida como dependente de cobertura vegetacional arbórea é importante para se definir estratégias de conservação da espécie, mas deve ser analisado com cautela, pois mais dados sobre o uso da área ainda são necessários.
Os resultados indicam que a espécie é relativamente flexível a alterações nos hábitats considerados apropriados, desde que ainda haja remanescentes de áreas florestadas nas proximidades que forneçam razoável diversidade de presas e locais para abrigo.
RESPONSÁVEL: Zoot. Gláucia Helen Fernandes Seixas
Doutoranda em Ecologia e Conservação-UFMS
INSTITUIÇÃO EXECUTORA: Fundação Neotrópica do Brasil
1. Como o projeto papagaio-verdadeiro iniciou? Todos os anos centenas de filhotes de papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) são retirados dos ninhos para abastecer o comércio ilegal de animais de estimação, dentro e fora do Brasil. Muitos desses ninhos são destruídos no momento da captura e muitos filhotes morrem antes de chegarem ao destino final. Em Mato Grosso do Sul os órgãos de fiscalização já apreenderam milhares de filhotes de papagaios. Isso preocupou ambientalistas e pesquisadores que, em 1997, iniciaram o Projeto papagaio-verdadeiro.
2. Quais os objetivos do projeto?O projeto gera informações sobre a biologia e ecologia dos papagaios, que auxiliam na tomada de decisão sobre a conservação da espécie e do ambiente onde vivem. Além desses objetivos, o Projeto Papagaio-verdadeiro quer chamar a atenção para outro importante aspecto: a criação de papagaios como animais de estimação no Brasil encontra-se profundamente enraizado à cultura popular. O problema é que a retirada desses animais da natureza, sem nenhum critério e a alteração do ambiente onde vivem, pode contribuir para a extinção da espécie.
3. Como o Projeto de Conservação do Papagaio-verdadeiro atua? O Projeto possui duas linhas de atuação: pesquisa científica para conhecer a espécie e os impactos sobre as populações nativas e educação ambiental para sensibilizar a sociedade quanto aos danos causados ao meio ambiente quando retiramos ou adquirimos um papagaio capturado na natureza.
4. Onde o projeto é desenvolvido? O projeto é desenvolvido em Mato Grosso do Sul, incluindo o Pantanal e o Cerrado, com o apoio de diversas instituições e proprietários rurais da região.
5. Quais os resultados obtidos pelo projeto? Muitas informações sobre a biologia e ecologia do papagaio-verdadeiro foram geradas e disponibilizadas de diferentes formas, incluindo, periódicos científicos, revistas, capítulos de livro e diferentes meios de divulgação. Sabemos o número de ovos, o número de filhotes nascidos e que os que voam. Além disso, acompanhamos a taxa de sobrevivência dos papagaios apreendidos e soltos na natureza, bem como os filhotes desses papagaios, monitorados com o uso de radiotelemetria. Outro foco do estudo é o ambiente onde vivem, identificando quais são mais utilizados para alimentação, reprodução e dormitório coletivo.
6. Quem executa o projeto? Inicialmente o projeto foi realizado com o apoio do Governo do Estado, através do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS). Desde 2004 o projeto é executado pela Fundação Neotrópica do Brasil, uma ONG ambientalista de Mato Grosso do Sul, criada em 1993. Todas as atividades contam com a participação de diversos profissionais, estudantes e auxiliares de campo.
7. Quem ajuda o projeto? Atualmente o projeto se mantém através de doações voluntárias e venda de produtos (camisetas, postais, etc), além de diferentes tipos de apoios das seguintes empresas e/ou instituições: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (programa de pós-graduação em Ecologia e Conservação), Parque das Aves – Foz Tropicana, Refúgio Ecológico Caiman, Faz. San Francisco, Refúgio da Ilha Ecologia, Faz. Novo Horizonte e Faz. Santo Antonio.
8. Como posso ajudar a proteger os papagaios? Você pode contribuir apoiando as ações do projeto papagaio-verdadeiro, com doações ou mesmo adquirindo um dos produtos do projeto.Outra forma é denunciando o tráfico de animais silvestres e outros crimes ambientais pela Linha Verde do IBAMA – 0800618080. A ligação é gratuita de qualquer lugar do Brasil.
DORMITÓRIO DE PAPAGAIO-VERDADEIRO (Amazona aestiva), NA SAN FRANCISCO AGROECOTURISMO, PANTANAL DE MIRANDA, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL.
Gláucia Helena Fernandes Seixas
glaucia@fundacaoneotropica.org.br
Fundação Neotropica do Brasil
Doutoranda em Ecologia/UFMS
Introdução:No Mato Grosso do Sul o papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) tem despertado especial atenção das autoridades e ambientalistas por ser a espécie mais apreendida pela fiscalização, devido ao tráfico de animais silvestres. Assim, surge em 1997 o projeto papagaio-verdadeiro, com o objetivo de conhecer a ecologia da espécie e propor ações de conservação.
Entre as características mais marcantes da espécie podemos destacar o seu comportamento de dormir em bandos. Os papagaios chegam ao dormitório no final da tarde e saem ao clarear o dia, sendo alguns dormitórios utilizados com alto grau de fidelidade. Normalmente o dormitório reune todos os indivíduos de uma mesma região.
O dormitório coletivo de papagaio-verdadeiro na San Francisco Agroecoturismo é composto por uma área de vegetação nativa, circundada por canais de irrigação de arroz. Nossa equipe monitora esse dormitório desde julho de 2004, com uma contagem/mês, entre 17:00h as 19:00h.
Existe uma grande variação do número de papagaio-verdadeiro ao longo dos meses do ano e mesmo entre os anos de estudo (figura 1).
Foto de Animais / Flora do Pantanal. Fazenda San Francisco – Pantanal do Miranda – MS – Brasil.
NOSSAS REDES SOCIAIS

Facebook


Instagram


Whatsapp


Youtube

O Pantanal é Incrível

Quem conhece o Pantanal coleciona histórias para contar o resto da vida.

Prepare-se para conhecer a fazenda San Francisco que é considerada por especialistas um excelente local para a observação da vida silvestre, sobretudo para FELINOS e AVES, com seis das oito espécies de felinos brasileiros registradas oficialmente. O motivo desta diversidade de animais é a abundância de recursos alimentares em diferentes ambientes como os campos abertos, vazantes, cerrados, corixos, rios e campos de arroz irrigado. Além disso, apóia Projetos de Pesquisa Científica como Gadonça, Jaguatirica, Papagaio-verdadeiro, Herpetofauna e Arara-azul. Esta é uma fazenda produtiva no Pantanal do Miranda. Possui três atividades econômicas, sendo a pecuária, agricultura de arroz irrigado e o turismo.


SAIBA MAIS SOBRE O PANTANAL

RECEBA NOSSAS NOTIFAÇÕES

Copyright © 2020 FAZ. SAN FRANCISCO. Todos os Direitos Reservados.