Embrapa Pantanal coordena resgate de onça em Corumbá
No final da tarde deste domingo (17), apesar de alguns contratempos, terminou bem a operação de resgate de uma onça parda em Corumbá. O animal, um macho jovem com cerca de 40 quilos, estava no topo de uma árvore no bairro Aeroporto, a dez metros de altura, desde a noite de sábado.Um morador chamou o Corpo de Bombeiros, que tentou espantar o animal com jatos de água, sem sucesso. Na manhã de domingo, a Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi contatada e as pesquisadoras Zilca Campos, Christiane Amâncio e Sandra Mara Crispim se mobilizaram. Elas foram até a Unidade para pegar material de captura, como anestésico, dardos de ar comprimido, zarabatanas, redes e cambões. No local, a Polícia Militar Ambiental isolou a área e auxiliou na instalação das redes para aparar o animal em caso de queda. Uma grande multidão acompanhava, ansiosa, pelo desfecho do episódio. O veterinário Alexandre Cavassa, acompanhado do colega Rogério Simões, também prestou auxílio durante a operação. De São Paulo, por telefone, o especialista em felinos e grandes predadores do Centro Nacional de Animais Predadores (Cenap/Ibama), Peter Crawshaw, passava orientações de ação, enquanto as equipes aguardavam a chegada do pesquisador da Embrapa Pantanal, Walfrido Tomás, especialista em fauna silvestre, e que se encontrava em Campo Grande. Ele veio num avião cedido pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, acompanhado pelo coordenador de fauna do Ibama/MS, Gerson Zahdi, e da bióloga dos institutos Homem Pantaneiro e Onça Pintada, Graziela Porfírio.ResgateA comitiva trouxe de Campo Grande rifles para disparo de dardos tranquilizantes, pois a zarabatana não seria suficiente para acertar a onça por conta da longa distância. A partir de então, Walfrido assumiu a coordenação da operação. Foram mobilizados, também, membros de organizações ambientais de defesa de felinos da região pantaneira, e o assistente de pesquisas com felinos do Pantanal, João Batista da Silva, que tem mais de dez anos de experiência com imobilização e tranquilização de animais, atuando no projeto ‘Onça Pantaneira’, na fazenda São Bento. O promotor do meio ambiente de Corumbá, Ricardo Melo, acompanhou todo o trabalho.João foi designado para efetuar o disparo de rifle. Por volta das 16 horas, de cima da escada retrátil de um caminhão da empresa energética que opera no estado, Enersul, João fez um disparo certeiro. Acertada na paleta, a onça ficou inconsciente em cerca de três minutos, e se manteve enganchada nos galhos do topo da árvore. Os bombeiros e policiais militares, sob a coordenação do comandante do major Waldir Ribeiro, escalaram a árvore e laçaram o animal, na tentativa de descê-lo por cordas com o auxílio dos galhos. Nesse momento, o grande susto. A onça se soltou dos laços e despencou do topo da árvore, causando comoção na multidão. Mas as redes de contenção foram suficientes para amortecer a queda e evitar que o felino tivesse ferimentos mais graves ou fraturas. O animal foi prontamente recolhido e levado para a Embrapa Pantanal, onde foi examinado por Walfrido, que é veterinário, e Graziela. Os especialistas constataram que a onça não teve fraturas ou escoriações graves, e a conduziram numa gaiola de metal em uma caminhonete para ser solta, ainda no domingo, no seu habitat. Segundo Walfrido, a operação foi bem sucedida, principalmente diante do tipo de árvore (sete copas) e da altura em que a onça se encontrava. “Além da altura, havia uma grande multidão presente, e ela estava em situação de risco havia muitas horas. Todos esses são fatores de grande estresse para o animal e de risco para o resgate”, explica. Queimadas Pesquisadores da Embrapa Pantanal alertam para o aumento da freqüência nas aparições de animais selvagens nos perímetros urbanos do Pantanal, como conseqüência do crescimento acentuado das queimadas na região. O chefe geral da Unidade, José Anibal Comastri Filho, explica que, com os numerosos focos de queimada em toda a planície pantaneira, muitos animais ficam acuados e desorientados, e eventualmente vão parar nas zonas urbanas. “É importante conscientizar os proprietários, pescadores e turistas para prevenir e combater os pequenos focos e nunca provocar queimadas nesta época de pouca chuva. Pontas de cigarro e fogueiras em acampamentos podem provocar incêndios”, diz.A pesquisadora Zilca Campos afirma que episódios como o deste domingo tendem a se tornar cada vez mais comuns, e alerta para a prevenção. “A tendência que cada vez mais tenhamos animais selvagens chegando à cidade. É importante que a população esteja conscientizada e acione rapidamente as autoridades, que devem estar equipadas e treinadas para agirem rápido, causando o mínimo de sofrimento ao animal e eliminando riscos de danos às pessoas”, disse.O promotor Ricardo Melo informou que existem recursos disponíveis há cerca de dois anos para a aquisição de equipamentos e treinamento de policiais e bombeiros para operações envolvendo animais silvestres em áreas urbanas em Corumbá.
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Prepare-se para conhecer a fazenda San Francisco que é considerada por especialistas um excelente local para a observação da vida silvestre, sobretudo para FELINOS e AVES, com seis das oito espécies de felinos brasileiros registradas oficialmente. O motivo desta diversidade de animais é a abundância de recursos alimentares em diferentes ambientes como os campos abertos, vazantes, cerrados, corixos, rios e campos de arroz irrigado. Além disso, apóia Projetos de Pesquisa Científica como Gadonça, Jaguatirica, Papagaio-verdadeiro, Herpetofauna e Arara-azul. Esta é uma fazenda produtiva no Pantanal do Miranda. Possui três atividades econômicas, sendo a pecuária, agricultura de arroz irrigado e o turismo.
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