Embrapa Pantanal lança caviar de cascudo
Se o preço era obstáculo para alguém provar o autêntico caviar russo produzido com ovas do peixe esturjão, agora não há mais desculpas. O potinho de 50 gramas do caviar de cascudo pantaneiro deve chegar às prateleiras de supermercados por um custo de 20 reais, graças a um estudo da Embrapa Pantanal que tem como meta tornar comercializáveis espécies pouco apreciadas no rio Paraguai, como o cascudo, agregar valor ao pescado e aumentar o consumo de peixes em Corumbá. No Brasil, o consumo médio anual de carne de peixe por pessoa é de 7 kg, contra os 16 kg de média mundial. Em Corumbá, a média de 15 reais por quilo de peixes nobres como pacu e pintado, ainda é citada como principal agravante para o baixo consumo de peixe. O estudo sobre o caviar pantaneiro, elaborado com ovas de cascudo, já foi apresentado pela Embrapa Pantanal à Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap), órgão vinculado à Presidência da República. As pesquisas foram coordenadas pelo médico veterinário, com doutorado em tecnologia de alimentos, Jorge Antonio Ferreira de Lara, chefe adjunto de Comunicação e Negócios da Embrapa Pantanal. O objetivo é agregar valor ao pescado, abrir caminhos para a comercialização e aumentar o consumo de peixes entre a população, com preços acessíveis. “Além do caviar, estamos desenvolvendo projetos para agregar valores a outros tipos de peixes para pescadores e pequenas empresas da cidade”, afirmou Lara. “De repente o pacu pode ser consumido em lata, defumado. O piavuçu pode virar uma sardinha enlatada e a piranha pode servir como base de uma salsicha”, acrescentou.Pescados tradicionais como pintado, pacu e dourado são sempre mais procurados, vendidos inteiros ou em postas. Isso já não acontece com o cascudo – uma espécie de patinho feio entre os pescados – que possui o casco escuro, mas uma carne saborosa, apreciada em Estados como São Paulo de Minas Gerais, onde os estoques já estão em queda. Já no Pantanal, o cascudo costuma aparecer com mais frequência nas barrancas dos rios, segundo Jorge Lara. “Quando o rio está em baixa, como agora, vemos claramente um monte de buracos na barranca do rio. São cascudos que costumam ficar ali, em grande quantidade. Eles se escondem como proteção, e saem para se alimentar. É uma espécie que temos e não estamos usando”, destacou o pesquisador da Embrapa Pantanal. “A carne dele é muito saborosa e pode também ser usada para fazer quibe”, acrescentou. O caviar é preparado com as ovas do cascudo. “Pegamos cerca de 200 cascudos para produzir seis potinhos de 40 gramas. Parece pouco, mas tem um enorme valor agregado quando se transforma em caviar”, ressaltou Jorge Lara. Ele deixa claro que o caviar propriamente dito, original, só é mesmo preparado com as ovas do peixe esturjão, muito comum nas águas geladas do Hemisfério Norte e bastante explorado comercialmente pela Rússia. “Caviar produzido com ovas de outros peixes são chamados produtos tipo caviar, como o nosso, do cascudo, que pode ser vendido até por 20 reais um potinho de 50 gramas”, acentuou.Jorge Lara alerta que não se pode simplesmente tirar as ovas do cascudo e sair vendendo como caviar para o turista. Há uma série de procedimentos até se chegar a um potinho de 50 gramas. As ovas precisam passar por um processo de secagem e pasteurização. “E tudo é fiscalizado, precisa passar pela Vigilância Sanitária, que emite um alvará, para se ter segurança do produto”, salientou Jorge Lara.. O caviar do cascudo fica com uma coloração alaranjada, natural das ovas do peixe, sem necessidade de adição de corante. Leva apenas conservante e espessante. “É mais natural que os outros por não possuir muitos aditivos”, ressaltou o pesquisador. Além das ovas para o caviar, sobram a carne e a carcaça do cascudo. Da carcaça, produz-se a farinha de peixe, usada como alimento funcional para reforçar outros pratos sem carne. O caviar ainda não faz parte do hábito alimentar do brasileiro, mas tem grande valor de exportação, é bastante apreciado fora do Brasil. “Os russos possuem navios-pesqueiros com alta tecnologia que preparam desde a coleta das ovas, a pasteurização, até a embalagem em potinhos, ou seja, quando o navio atraca o caviar já está pronto para ser comercializado”, contou Jorge Lara. (Com informações do Diário Corumbaense) Fonte: Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)
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Prepare-se para conhecer a fazenda San Francisco que é considerada por especialistas um excelente local para a observação da vida silvestre, sobretudo para FELINOS e AVES, com seis das oito espécies de felinos brasileiros registradas oficialmente. O motivo desta diversidade de animais é a abundância de recursos alimentares em diferentes ambientes como os campos abertos, vazantes, cerrados, corixos, rios e campos de arroz irrigado. Além disso, apóia Projetos de Pesquisa Científica como Gadonça, Jaguatirica, Papagaio-verdadeiro, Herpetofauna e Arara-azul. Esta é uma fazenda produtiva no Pantanal do Miranda. Possui três atividades econômicas, sendo a pecuária, agricultura de arroz irrigado e o turismo.
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